28 setembro, 2010

Balé reúne 50 crianças no Leporace

Cerca de 50 crianças de até 11 anos têm a oportunidade de estudar balé clássico por um preço acessível, no Centro Comunitário do Parque Vicente Leporace. As aulas acontecem no salão de eventos toda terça-feira em duas turmas, uma de manhã e outra no período da tarde.
A carreira proporcionada pelo balé pode durar décadas, após muitos anos como estudante, ainda há possibilidade de se profissionalizar. Além disso, o balé também é tido como atividade física e lazer. “Minha filha está aqui por orientação médica, pois ela estava acima do peso adequado para a idade. Nós estamos satisfeitas”, contou Maria de Fátima, 36.
Esta atividade oferecida pelo Centro Comunitário é vista como uma ótima oportunidade para os moradores da região. Eliana Ferreira leva toda semana as três sobrinhas de idade entre 4 e 9 anos e acredita que o balé é um incentivo a mais. “A gente faz o possível, coisas que não estavam em nosso alcance, hoje podemos oferecer a elas”.


Curso possibilita mudança de vida

As irmãs Patrícia e Anália frequentam o curso de manicure oferecido pelo Centro Comunitário do Parque Vicente Leporace, toda segunda-feira das 19h às 21h, uma como aluna e outra como modelo. O curso existe há cinco anos e tem como finalidade preparar profissionais para o mercado de trabalho.
“Minha intenção é fazer o curso de cabeleireiro também oferecido pelo Centro Comunitário e abrir um salão com minha irmã que faz o de manicure”, contou a modelo Anália Cristina, 20.
As professoras ministram aulas teóricas sobre os materiais a serem utilizados, higienização, esterilização e depois ensinam a prática. “Nas últimas semanas, nós ficamos mais dando suporte e tirando dúvidas das alunas”, contou Débora Teixeira, 22, uma das professoras.
A técnica em enfermagem, Eliete Ferreia, 43, começou as aulas visando aprender apenas para cuidar as unhas de sua família, mas hoje já pensa em mudar de profissão e ter uma vida mais estável.
Para participar, os interessados contribuem com uma taxa de R$ 25 que ajudam nas despesas do local e das professoras. O curso tem duração de cinco meses, sendo que o último mês é voltado para uma especialização em unhas artísticas.

26 setembro, 2010

Entrevista

Na manhã de sábado, 25, conversamos com Vera Martins dos Santos Neves, presidente do Centro Comunitário do Parque Vicente Leporace. Vera nos contou sobre as ações desenvolvidas e o cotidiano do Centro Comunitário. Acompanhe abaixo a entrevista.


Quando você assumiu a presidência do Centro Comunitário?
Eu assumi em 2009 um mandato de 4 anos. Meu nome foi escolhido pela diretoria do Centro Comunitário.

Que ações o Centro Comunitário realiza?
Na minha gestão, eu me propus a dar continuidade às ações iniciadas em outros mandatos. Atualmente o Centro Comunitário oferece cursos profissionalizantes, como cabeleireiro, manicure, entre outros.

Qual a função do Centro Comunitário?
O Centro Comunitário tem como finalidade representar os moradores do Parque Vicente Leporace e oferecer oportunidades de capacitação para a população. Defendemos interesses dos moradores e agimos de acordo com as necessidades percebidas no bairro.

Quais são as dificuldades enfrentadas?
Embora seja gratificante, lidar com a população também é difícil. Tenho consciência de que cobrar taxas nos cursos oferecidos para a população nem sempre é fácil, mas o Centro Comunitário tem grandes despesas que precisam ser pagas de alguma forma.

O que você mais aprendeu até agora em seu mandato?
Aprendi que trabalhar com a comunidade é árduo, porém gratificante. Me sinto realizada quando encontro pessoas que se deram bem, depois de ter participado de algum curso com a gente. É gratificante.

CDHU ameaça lojistas do bairro


O Parque Vicente Leporace foi marcado por uma grande polêmica em 2010. O comércio localizado na Avenida Abrahão Brickman, construído nas garagens dos conjuntos habitacionais, é tido como irregular pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), mas para alguns moradores e lojistas este espaço é fonte de renda para muitas famílias.
Reuniões de ambas as partes têm sido realizadas frequentemente a fim de encontrar a melhor solução. As primeiras propostas apresentavam a construção de um shopping, mas depois de 9 meses de polêmica, não há nenhuma decisão consolidada.
Joice Cristina, montou recentemente uma loja de acessórios femininos no bairro. “Um dos motivos para nos instalarmos aqui foi o baixo custo dos aluguéis. A gente já esperava essa ameaça da CDHU e até entendemos, pois achamos feio e ilegal”.
Para os membros da comissão a situação é delicada, pois interfere na renda de muitas famílias. Além de um problema urbano é um problema social. “É um absurdo. Isto tinha que ter sido resolvido no começo. Há 15 anos dependo da renda de meu estabelecimento neste lugar. E o tanto de gente que vai ficar desempregada?”, questiona Vicente de Paula, membro da comissão.